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Correr na Cidade

Race Report: Trilhos do Javali

Por Ana Sofia Guerra:

 

No passado dia 12 de Dezembro, Sábado, realizou-se uma das provas de trail que me deu mais gozo de fazer – Trilhos do Javali.

 

Tal como referi no post de apresentação da prova, este evento realizou-se em parceria com a AMCF (Associação de Moradores do Casal das Figueiras – Arrábida Trail Team) e pela Associação de Atletismo Lebres do Sado. E foi o espírito desta parceria que mais se notou nesta prova. Tive a noção que tudo tinha sido feito com paixão pelo trail: desde a escolha dos trilhos, às modestas mas funcionais instalações da Associação, o apoio dado pelo Staff ao longo da prova e pelo facto de ter encontrado alguns nomes importantes do trail running nacional.

 

Mas vou começar pelo início: a partida! Na semana passada tinha ficado combinado que a Bo Irik ia fazer esta prova comigo, não só para puxar por mim como para recuperar a sua condição física. E eu estava deliciada com a ideia. As provas na companhia da Bo são sempre divertidas e cheias de aventura. E esta não fugiu à regra.

 

Ao contrário do que normalmente acontece, não estava nervosa na partida, sabia que tinha treinado pouco e não estava com a forma física de Novembro do ano passado quando foi a prova Arrábida Ultra Trail onde fiz o meu melhor tempo em 15K em trail (2h14). O objectivo não era quebrar este tempo, mas sim dar o meu melhor. E dei!

Lá fomos nós as duas a subir em direcção à serra, com a Bo sempre a puxar por quem estava com mais dificuldades e que acabavam por retribuir este gesto com um sorriso.

Íamos super contentes com a prova, com trilhos para todos os gostos e com um Sol e calor atípicos para esta altura do ano. E eis que, algures pelo 5K e num “single track”, deixo de ver a Bo que ia à minha frente e vejo uns pés no ar. Um par de metros mais à frente avisto-a agarrada ao joelho a pensar que tinha partido alguma coisa, mas tudo não passou de um susto e aquilo até nos deu mais “pica” para correr aqueles trilhos a descer a toda a velocidade (minha velocidade, entenda-se). E é isso que consigo fazer bem em provas de trail, descer. Era aí onde ganhava algum tempo.

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No 7K ouvimos a voz do Stefan Pequito, mesmo antes de o ver, e foi uma festa. É sempre bom vermos companheiros de luta, principalmente quando estão como voluntários a dar apoio aos corredores. Eles sabem o quanto esse apoio é importante. Depois da foto, beijinhos e abraços lá seguimos nós sempre divertidas e sorridentes.

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Passo pelo abastecimento o mais rápido que pude, onde gastei cerca de 1 min para beber água fresca e lá fomos nós. E foi nos últimos 5K que senti esse grande apoio do Staff. Tivemos direito a palmas antes duma subida íngreme, fotos fantásticas e, nos últimos 2K aparece a "cereja no topo do bolo" – o apoio do Stefan e do Lino Abel Luz.

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E foi aqui que me esforcei mesmo muito: as minhas pernas não estavam a contrair como deve ser e estava mesmo cansada. Mas a cabeça só me dizia “vamos lá, tu consegues!”. Não é todos os dias que chegamos à meta escoltadas por 2 grandes atletas e com o mesmo sorriso desde o início. Fiz 2h29, mas pouco importa. Para mim é a aventura que conta, não a medalha!

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Em relação a críticas à prova, não tenho nada a dizer. Para um primeiro evento de trail desta organização, com inscrições esgotadas mais de um mês antes, com um notável esforço para que tudo corresse bem e com um Sol maravilhoso que irradiou este dia, dou nota muito positiva! Acredito que o orçamento que tinham disponível não permitia grandes manobras e, mesmo assim, tiveram a ideia de apoiar uma causa social duma instituição. Espero que para o ano tenham a coragem e a audácia de fazer um evento semelhante. E mal posso esperar por esse dia!

 

E agora vou aos agradecimentos: a toda a crew que esteve presente na prova e cujas palmas na meta nos dão mais motivos para continuar a correr, mesmo já tendo terminado a prova; e à Bo Irik, uma mulher cheia de garra, divertida e que nunca me deixou quebrar! Obrigada, Bo!  

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2 comentários

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    Ana Sofia Guerra

    29.12.15

    Olá Carla!

    Obrigada pelo seu comentário ao texto que escrevi.
    Em relação à questão que coloca:

    é claro que a Carla (tendo em conta o que disse no comentário) consegue aguentar uma prova de trail de 15Km . Contudo, tem de ter em atenção que a corrida em trilhos é bem diferente da corrida em estrada.
    Tal como o nome indica, a corrida inclui alguns obstáculos (propositados ou não) com os quais vai ter de saber lidar. Muitas vezes, não vai conseguir andar, muito menos correr. Pode ter chuva como pode ter um calor abrasador. Eu dou sempre o exemplo do que aconteceu no Louzan Trail deste ano: ninguém contava que na serra da Lousã estivessem mais de 40ºC na altura da prova.
    Mas é o facto de não sabermos o que está para vir a cada km que passa que mais me atrai na corrida em trilhos.
    Em termos de esforço físico também é diferente: a corrida em trilhos envolve subidas e descidas (acentuadas ou não), escadas, saltos, passar no meio de riachos ou por cima de poldras...Por isso tem de ter o que designamos por "força na perna". Nada como um bom treino de degraus e agachamentos.
    O melhor que tem a fazer é ficar atenta aos nossos treinos de trail durante os próximos meses (eu costumo dar um treino de iniciação ao trail no final do mês) para saber se gosta ou não. Fique atenta ao nosso calendário!

    Boas corridas!
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