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Correr na Cidade

33K em trilho, aí vou eu!

Por Filipe Gil

 

Não há volta a dar! Dia 21 de junho vou fazer os 33K do Louzan Trail. OK, para quem anda nos trilhos e já fez maratonas os trinta e t-r-ê-s quilómetros não são nada. Mas para mim vai ser, e muito. 

 

Há cerca de um ano estava no meu pico de forma como corredor (pelo menos pelos padrões que conheço), treinava facilmente 10K em 50 minutos e tinha feito abaixo disso em abril na 1ª edição da Scalabis Night Race. Estava com o peso ideal para a corrida (68 kg para os meus 1.71m), sentia-me leve e com os músculos das pernas a quererem mais e mais quilómetros. Estava a preparar-me mentalmente para treinar muito nas manhãs de agosto, principalmente nas semanas passadas no Algarve, e fazer a Meia Maratona do Porto e de Lisboa com tempos a rondar a hora e cinquenta. 

 

Só que a vida, por vezes, gosta de nos mostrar que é bem dura e um problema familiar deixou-me muito em baixo, tanto psicologicamente como fisicamente. Como alguém me disse na altura, quando nos morre um dos progenitores é como se um pouco de nós morresse também. E sinceramente foi isso que aconteceu. E desde a fatídica noite de junho até meados de agosto nunca consegui treinar de jeito. Até porque há coisas mais importantes que a corrida. Contudo, corri várias vezes, até para desanuviar, até para funcionar como terapia, mas a disposição não era a melhor. Só para finais de agosto comecei a voltar a ritmos mais "normais".

Em Setembro/Outubro fiz duas Meias Maratonas. No Porto correu muito mal e em Lisboa pensava que tinha corrido bem até ter visto a porcaria de tempo que tinha feito. Aqui e ali começavam a surgir umas picadas e umas dores na planta do pé. Mas não liguei. E no início de Novembro experimentei trail pela primeira vez, os 15K de Casaínhos. Que adorei fazer. No entanto, mal acabei fiquei com muita dor no pé direito. Parei uma semana e depois voltei a fazer um trail por Monsanto, também de 15K, com os mesmos ténis minimalistas de trail, o que se revelou ser a minha maior estupidez relacionada com a corrida desde que iniciei as hostes. Resultado: fascite plantar que tendo começado em Novembro só me largou no início de fevereiro. Foi uma espécie de purgatório! Só quem já teve uma lesão parecida sabe o que isto é.

 

Desde fevereiro até agora voltei a correr, umas vezes mais confiante outras menos. Uma dor na parte de trás do joelho direito tem-me fustigado mas, atualmente, já estou bem melhor. É uma questão de alongamentos - já me conheço.

 

E na próxima sexta-feira dia 20 de junho, no final do dia a crew (9 elementos) vai em "road trip" para a Louzan, para atacarmos os trilhos no sábado de manhã. Três das meninas (entre as quais duas estreantes) fazem-se aos 15K e eu mais cinco elementos vamos fazer os 33K, a ritmos díspares.

Se estou preparado? Não, nunca corri mais do que 21K! Se tenho vontade? Muita! Se acho que vai correr bem? Acho, apesar de saber que vai ser durinho. Será cansativo psicologicamente? Muito, e durante a prova vou tentar abstrair-me que a minha mulher se vai estrear nos trilhos (15K) e se tudo estará bem com ela.

 

Há quem diga que é uma loucura, mas eu tenho de a fazer. Dias depois da fatídica noite de junho, que acima mencionei, prometi a mim mesmo que iria, no espaço mais ou menos de 1 ano, fazer uma prova grande e dura como homenagem a quem partiu. Não será uma maratona, até porque requer uma preparação mais cuidada que as minhas lesões não deixaram, mas será na Louzan e em comunhão com a natureza e com a minha crew. Tenho a certeza que aquilo as pernas não aguentarem o coração faz o resto! 

 

Comprovativo da inscrição para o Louzan Trail 2014:

 

 

 

 

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